terça-feira, maio 10, 2005

Arquitetura da informação

Os sete princípios básicos.

No universo da informação digital, a arquitetura da informação tem lugar de honra. É a partir da estrutura criada para os sites e afins (arquitetura da informação) que se distribui a informação (através do webwriting) e produz-se conhecimento.

A arquitetura da informação (AI) não surgiu com a internet, nem com a informática. Aplicada no dia-a-dia do ser humano há séculos, a AI bebe de duas fontes: da forma como organizamos a informação em nossas mentes, o chamado “modelo mental”, e do mais importante resultado desta observação, a boa e velha biblioteca, enxergando-se a catalogação de um livro como a indexação de uma informação.

Muito se tem falado sobre arquitetura da informação, mas, como ciência recente – foi formalizada há pouco mais de um século e nomeada há poucas décadas –, há mais dúvidas do que certezas, principalmente quando aplicada à web.

Vamos, então, separar o joio do trigo?

O que é arquitetura da informação?

Em um ambiente digital, é a tarefa de estruturar e distribuir as áreas, principais e secundárias, tornando as informações facilmente identificáveis, sua distribuição bem definida e, a navegação, intuitiva. Esta tarefa pode (e deve) ser aplicada não apenas a sites internet e intranet, mas a CDs-ROM, DVDs e ambientes wireless, levando-se em conta suas diferenças.

Quais são os princípios da arquitetura da informação?

Há sete princípios, denominados palavras de ordem:

Organizar sugere diversas opções de construção para um ambiente digital como um todo e para suas áreas secundárias;

Navegar lida com o aprendizado, tanto na aquisição da informação pelo usuário, quanto na percepção de como ele navega pelos ambientes digitais;

Nomear estuda de que maneira as áreas serão identificadas, seja através da palavra (neste caso, é preciso escolher a terminologia mais adequada), do ícone, ou de ambos;

Buscar ensina como indexar a informação para que a sua procura seja tranqüila;

Pesquisar é o caminho a seguir para apurar junto ao cliente toda a informação necessária à construção do conteúdo;

Desenhar testa o resultado final da arquitetura da informação, antes mesmo da construção do protótipo, ou seja, no próprio fluxograma;

Mapear é a palavra de ordem mais estudada hoje na arquitetura da informação para a web. Afinal, seria mesmo o fluxograma a melhor maneira de representar graficamente para o usuário um sistema de informação?

No excelente livro Information Archictecture for the World Wide Web, de Peter Morville e Louis Rosenfeld, considerada a principal referência em AI para a web – assim como seus autores –, as sete palavras de ordem são descritas em detalhes. Opte pela 2ª edição, revista e ampliada.

O mapa de um site é sua arquitetura da informação?

Não. O mapa de um site é um resumo da arquitetura da informação. O real fluxograma de uma AI explicita itens que não interessam ao usuário, como as “phantom labels” (áreas previstas, mas que ainda não existem) e os filtros usados pelo mecanismo de busca.

Quem pode trabalhar com arquitetura da informação para a mídia digital?

Bibliotecários, engenheiros, arquitetos, profissionais de planejamento e, é claro, de conteúdo. Em um mercado tão multifacetado com o da internet, em que diversos perfis de profissionais participam ativamente da tarefa da construção de ambientes digitais, a realidade demonstra que quem lida com organização e construção de sistemas têm sempre algo precioso a acrescentar.

Saber o que é – e o que não é – arquitetura da informação e aprender a usar softwares que constroem fluxogramas não faz de ninguém um especialista no assunto, já que AI requer muito estudo e raciocínio apurado. O dia-a-dia de um profissional de arquitetura da informação está muito mais para o trabalho de um bibliotecário do que o de um especialista em internet.

Perceba que o caminho do conteúdo na web está, muitas vezes, em olhar para o que foi feito até agora, e não reinventar o que já existe há séculos.

[Webinsider]

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